3000 Miles to Graceland



Quentin Tarantino does Vegas? O estilão até nos faz lembrar dos trabalhos do diretor de Pulp Fiction e Reservoir Dogs, mas o responsável pelo divertido 3000 Miles From Graceland é o diretor Demian Lichtenstein. Seu extenso currículo como diretor de vídeo clips deu o charme necessário para fazer de 3000 Miles um filme cult. Ele não é uma obra prima, a trama é banal, tem uma cena clichê a cada 5 minutos, os atores não são os galãs mais quentes de Hollywood, mas tudo funciona e proporciona diversão certa.

Já na cena inicial, com o deserto do Mojave de cenário, um Cadillac 59 vermelho corta a estrada empoeirada enquanto dois escorpiões computadorizados lutam. Um grupo de bandidos exóticos se encontra num motel de beira de estrada. O plano é roubar um cassino em Las Vegas durante uma convenção de imitadores de Elvis Presley. Enquanto os 'reis' cantam no palco do Casino Riviera, os cinco Elvis assaltam o seu cofre. O roubo é violento e sangrento, pois na fuga os Elvis do Mal matam um montão de gente. E na hora de dividir o dinheiro eles brigam. O dinheiro acaba nas mãos de uma aventureira e seu filho pretendente a cowboy.

Tiros, perseguições, cenas calientes de sexo implícito, o dinheiro pulando de mãos em mãos, traições, confrontos, o Bem contra o Mal. Na realidade todos são bandidos. Os bonzinhos são os agentes federais, que vagam pelo filme como meros coadjuvantes.

Então o que faz 3000 Miles From Graceland diferente? Primeiro, o inusitado do assalto ao cassino. Boa idéia, alguém já tinha pensado nisso? Segundo, o mistério: por que os bandidos são tão fissurados pelo Elvis Presley? Detalhe: eles podem ser filhos do 'Rei'. Bastardos, nunca reconhecidos. Algumas cenas dão dicas interessantes sobre o escorpião branco (Kurt Russell) e o escorpião negro (Kevin Costner). E finalmente, os heróis - galãs quarentões (uma década a mais no caso do Russell) que botam pra quebrar. Kevin Costner está surpreendentemente mau, como Murphy - Elvis gone evil - o sangue-frio, com escrúpulos duvidosos, que trai o grupo e vai até os infernos para recuperar o dinheiro roubado e provar que merecia ter sido reconhecido pelo suposto 'pai'. Kurt Russell, que já tem uma certa pratica em encarnar um Elvis, faz o bandido bom, Michael, que passa o filme sendo seduzido pela aventureira Cybil (Courteney Cox) e roubado e manipulado pelo filho espertinho dela, Jesse (David Kaye) - uma carinha de santo com uma língua ferina. Entre os coadjuvantes que morrem durante o filme ou desempenham papéis sem muita expressão estão Christian Slater, David Arquette, Jon Lovitz , Ice-T e Kevin Pollak . Mas o filme é mesmo do trio Costner, Russell e Cox. Ela parece que vai finalmente livrar-se da encarnação da neurótica Mônica do seriado Friends , com essa personagem redneck sexy. Eles de costeletas e poses do rei do rock'n'roll colocam qualquer um desses galãzinhos de vinte anos no chapéu, apesar das rugas (no Russell e Costner) e calvície progressiva aparente (no Costner). Kurt Russell, com seus cinqüenta anos, protagoniza algumas cenas sensuais. Numa delas, seminu, enrolado apenas numa pequena toalhinha branca. E Viva Las Vegas, porque Elvis não morreu!!




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