Blow
Blow é gíria para cocaína. É também o nome do livro não-ficcional do escritor Bruce Porter. E agora é também o nome do filme do diretor Ted Demme (de The Ref, Life e Beautiful Girls), baseado no livro de Porter, que descreve a vida de um traficante de cocaína. Não é apenas a vida de um mero traficante, mas do cara que fez a conexão com o chefão do Cartel de Medellín, Pablo Escobar, e introduziu a cocaína nos Estados Unidos no meio dos anos 70. Blow é a história de George Jung.
Eu particularmente não compraria um livro para ler sobre a vida de um traficante. Caras como George Jung não são os meus tipos favoritos de gente. Não são nem interessantes. Mas o diretor Ted Demme não pensa como eu e resolveu fazer um filme sobre a vida de Jung e conseguiu um ator como Johnny Depp para interpretar o traficante. E a lindíssima Penélope Cruz para fazer a esposa dele. Apesar do tema, o filme tinha que valer à pena ao menos pela presença de Depp, pelo figurino e pela trilha sonora.
George Jung era um vagabundo que não queria estudar, nem trabalhar, mas queria ser rico e ter dinheiro. Ser pobre era uma frustração de família, já que o pai Fred (Ray Liotta), um encanador fracassado, nunca pode proporcionar uma vida de rico para o filho e a esposa Ermine (Rachel Griffiths). George muda-se da sua cidade natal, Weymouth, Massachusetts, para Manhattan Beach, Califórnia, onde conhece um grupo de aeromoças e inicia sua carreira de traficante de maconha. Quando ele vai para a prisão pela primeira vez, divide a cela com o colombiano Diego Delgado (Jordi Molla) que lhe dá a idéia de investirem no tráfico de cocaína. Quando os dois saem da prisão, Diego e George começam um negócio arrojado com o Cartel de Medellín de Pablo Escobar e introduzem a cocaína nos Estados Unidos, iniciando uma onda de consumo frenético da droga, que durou mais de uma década.
George tem seu apogeu de riqueza, casa-se com a cubana Mirtha Calderon (Penépolpe Cruz), com quem tem uma filha, Kristina Sunshine Jung. É traído por Diego, perde tudo e vai para a cadeia outras vezes. Hoje, George Jung está na prisão de Otisville, em upstate New York, cumprindo pena até o ano 2014. Diego Delgado (que seria o traficante Carlos Lehder) também acaba na cadeia e Pablo Escobar, todo mundo sabe que fim levou. Claro que a prisão e morte dessa gente não acabou com o tráfico e consumo de cocaína nos EUA, mas ao menos rendeu um livro e um filme.
Blow é um filme bem feito e Johnny Depp fez um trabalho legal. Mas não sei por que me senti desconfortável vendo a vida de um criminoso como esse George Jung tão bem retratada no cinema. Bom, ao menos teve a interpretação magnífica de Ray Liotta e da Rachel Griffiths (que roubou muitas cenas) e a trilha sonora com Stones e Dylan, pra compensar!
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