Bom, mas como falta de sorte é como bola de neve, a minha viagem à Woodland tinha que dar em pastelada. O Uriel e o Gabriel foram juntos, para irem ao shopping comprar a calculadora gráfica pro Gabriel numa loja que vende tudo mais barato (Target). Eles saíram umas 7pm e iriam comprar o negócio e voltar pra me pegar. Eram quase 9pm, eu já tinha acabado o tratamento (e estava naquela depressão pós-dentista e pós-gastar-o-dinheiro-que-não-tenho) e nada deles chegarem. O consultório fechou e eu decidi ir andando pra ver se achava o tal shopping. Andei uns seis quarteirões e voltei. Esperei mais um pouco e decidi voltar andando. Estava preocupada com o meu trabalho na Internet, que tenho que acabar tudo antes da meia-noite. Daí andei, andei, andei e nada de shopping... Cada quarteirão tinha um quilômetro, as ruas escuras e eu cansadíssima, com o rosto inchado, a boca amortecida e a roupa toda suja, porque fui direto do trabalho para o dentista. Chegou uma hora que eu entrei em pânico e comecei a chorar. Fui pedir ajuda para uma moça e ela ficou assustada (imagina como estava o meu visual.. Tava com cara de drogada, no mínimo..). Olhei na bolsa e não tinha nem dinheiro, nem moeda. Sorte que tinha um banco ali perto, então eu tirei dinheiro para pegar um táxi. Não achava um ponto de ônibus (eles param de rodar depois das 8pm) nem de táxi. Fui perguntar para um senhor pegando jornal numa máquina, onde poderia achar um táxi. O homem nem olhou pra minha cara e falou bem ríspido "não tenho a menor idéia... Vá até a polícia!"... Como se eu fosse uma andarilha bebum... Achei melhor ir mesmo até a estação da polícia, pois já era quase 10pm e o que eu iria fazer ali andando que nem barata tonta? Fui lá e usei o telefone de emergência dizendo que precisava de ajuda, pois estava perdida. Eles mandaram uma policial falar comigo e ela já chegou me olhando desconfiada e perguntou "onde você quer chegar?". Eu falei "na minha CASA, em Davis, porque eu moro lá" e contei a estória, porque ela também devia estar pensando que eu era uma drogada (por causa da cara inchada e voz pastosa..). A policial estava chamando um táxi para mim, quando chegou uma moça com roupa de paramédica e eu falei de sopetão "você acredita que eu me perdi aqui em Woodland?", porque estava tão atônita e ela perguntou onde eu morava. Quando eu disse Davis, ela falou "Tô indo pra lá! Te dou uma carona.". E foi assim que eu cheguei em casa! Nem acreditei, papi... Parecia um pêsadelo! A moça, super legal, me falou que Woodland é uma cidade retrógrada mesmo e que não era para eu estranhar a reação das pessoas. Ela é de San Francisco e trabalha aqui no Hospital da UCDavis. Quando eu cheguei em casa o Gabriel já estava aqui (namorando a calculadora) e o Uriel tinha voltado pra Woodland pra me procurar. Chegou depois de uma meia hora.

No final deu tudo certo, eu fiz meu trabalho na Porvenir e fiquei esbagaçada... Fui dormir á meia-noite e não sabia mais nem quem eu era, de tão cansada...

Ontem já tive um dia melhor, porque apesar do meu rosto ainda estar inchado, não estou sentindo mais dor. Bom, esta foi a "aventura" da semana...... E estou um pouco mais pobre também. Mas vou pensar positivo, porque senão o negocio desanda. Melhor um dentão milionário do que ter que gastar com tratamento de doença, né? Talvez eu possa financiar o tratamento. Beijao, da sua filhoca do dentão podre, Fer. "