La Boda Mejicana
Um casamento mexicano em Winters. Muita comida, muita bebida, muita
alegria. Os rostos mexicanos estão sempre estampando um largo sorriso.
Uma festa na comunidade é sempre certeza de diversão. Um casamento
então, nem se fale! É festança!
Na igreja tudo muito sério, com uma missa longa em espanhol e a
proibição de se jogar arroz nos noivos. "Vamos então mostrar nossa
alegria com muitas palmas!", disse o padre. As tradições religiosas
cumpridas - vamos a la fiesta!
A festa começou ao meio-dia e já avisaram que ela iria até a meia
noite, com muita comida, bebida e música. Então nós comemos, bebemos e
rimos muito. Todas as irmãs da noiva (e são muitas!) checando a cada
minuto se estávamos bem, se tudo estava bom, se queríamos algo mais.
A noiva estava linda e nervosa com sua coroa de cristais. Um mês antes
o noivo lhe disse que estava com dúvidas - desejava viver com ela um
pouco, antes de casarem-se. A família mexicana reuniu-se. Decidiram
que "nunca iriam aceitar essa proposta!". Ou casam-se ou acabam o
relacionamento. Ela é muito preciosa para ser entregue assim, sem a
benção de Deus, da família e dos amigos.
O noivo sem gravata, de chapéu e botas de cowboy, como todos os outros
padrinhos e convidados. Ele é sete anos mais novo que a noiva e ama
aquela mulher loucamente. Mas os amigos lhe dizem "Você está louco!
Não deve casar! Vai perder a sua liberdade!" e ele pensa e repensa.
Mas agora está feito - e ela é tão linda, tão geniosa, tão especial.
Os homens de chapéu, cinturão e botas de cowboy (um festival de couro
de cobra, lagarto, crocodilo, búfalo e outros bichos
não-indentificáveis). As mulheres de cabelos em lindos penteados,
vestidos justos e muita maquiagem. As crianças de terninhos,
mini-tuxedos, vestidos de princesas. Os homens bebendo muita cerveja.
As mulheres comendo e tagarelando. As crianças correndo, se
embebedando de coca-cola, se sujando, chorando e brigando. Todos
dançando juntos. Os noivos cortando o bolo e os mariachis tocando.
Eles eram em onze! Os mariachis de verde e dourado, tocando em
cantando por todo o salão. Atendiam a pedidos de canções especiais.
Tocaram todo o tempo, com seus violinos e cornetas gastas, e suas
vozes roucas sem amplificação. Quantos casamentos eles fazem por final
de semana, nos perguntamos? Os mariachis são essenciais e muito
requisitados. Eles são a alma do casamento mexicano.
A convidada japonesa tomou um porre e dançou. Os coreanos esperaram
pacientemente pelo bolo. Os americanos saíram de fininho depois de
comerem, sem dizer tchau. Os brasileiros ficaram, ouvindo música,
rindo e conversando. Outros mexicanos chegaram atrasados. Depois do
bolo começou o baile, com um conjunto vindo de Chicago, que tocava
músicas típicas de Guanajuato - a cidade dos noivos. Não era hora de
ir embora. Mas os noivos sumiram e nós fomos saindo do salão.
Queríamos ficar mais, quem sabe até a meia-noite quando a cerveja já
estivesse acabando, os homens estivessem rindo alto, as mulheres
fofocando cansadas e as crianças dormindo. Mas uma festa mexicana é
sempre inesquecível, mesmo que não se aproveite até o final. E eu vou
deixar essa notinha aqui, contando dessa festa pra vocês, deixando
registrado o dia da Boda de
Rosalba e Luis.