Pay it Foward
Se você pudesse fazer alguma coisa para melhorar o mundo, o que você faria? Pense numa idéia e a coloque em prática. E acredite que tudo é possível.
No primeiro dia de aula de uma turma de sétima série, em Las Vegas Nevada, o professor de Estudos Sociais, Eugene Simonet (Kevin Spacey), surpreende seus alunos com sua aparência impecável, seu rosto desfigurado por queimaduras, sua atitude crítica e sarcástica e sua lição de casa - válida para todo o ano - que incube cada criança de bolar e por em prática uma idéia para fazer o mundo melhor.
A idéia parece utópica, mas Trevor McKinney (Haley Joel Osment) está buscando por algo para mudar não só o mundo, mas a sua própria vida. Quando ele não está na escola, está em casa sozinho, pois a mãe Arlene (Helen Hunt) trabalha em dois empregos, nos cassinos da cidade. Trevor leva a proposta do professor à sério e logo no caminho de volta para casa resolve fazer uma boa ação, uma coisa que poderá mudar o mundo pra melhor. Trevor ajuda um mendigo drogado, que é incumbido de retribuir essa ajuda para mas três pessoas, passar o gesto altruísta para frente, fazer uma generosidade para mais pessoas desconhecidas e também instruí-las a retribuir com atitudes humanitárias para outros estranhos. O projeto que o menino leva pra escola no dia seguinte é batizado de Pay it Forward.
O filme nos leva 4 meses a frente no tempo, quando o jornalista Chris Chandler (Jay Mohr) recebe uma ajuda vinda dessa onda de retribuição e começa a investigar os casos de bondade aleatória, até chegar no autor original do movimento. Enquanto Trevor se esforça para ajudar o professor Simonet e ao mesmo tempo ajeitar a vida da mãe, uma alcoólatra separada do marido abusivo (Jon Bon Jovi numa pequena ponta), o Movimento Pay it Forward cresce alheio à sua vontade e caminha para tornar-se um fenômeno.
A diretora Mimi Leder (de Deep Impact e The Peacemaker) juntou um elenco de astros para traduzir o livro de Catherine Ryan Hyde para o formato cinematográfico e até que surpreendeu com um bom filme. A idéia do movimento crescente de atos de bondade e altruísmo nos enche de entusiasmo ideológico, como se mudar o mundo com pequenas atitudes fosse muito fácil. E talvez seja! Eu já conheço e sou adepta da antiga e eficiente 'Random acts of Kindness Foundation', que promove pequenas mudanças de atitude perante o mundo e as pessoas. E o filme passa esse entusiasmo e doçura, principalmente com a atuação delicada do menino Haley Osment. Mas quando estamos esperando um desfecho realista para a história, a diretora pisa no tomate com um final piegas e manipulativo de doer na alma, visando apenas a extração de lagrimotas da platéia e um empurrão sentimental (ou desonesto) na desesperada corrida pelo Oscar. Uma pena. Mas nem por isso Pay it Forward perde sua força e deixa de ser um filme bonito. Tudo vale a pena, principalmente a atuação dos atores, que está comovente e que dará com certeza algumas indicações para o mais famoso prêmio do cinema norte-americano.
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