The Sixth Sense



Ir ou não ir ver um filme com o Bruce Willis foi a questão que martelou na minha cabeça por várias semanas, até eu finalmente decidir ver The Sixth Sense. Eu não tinha lido nenhum comentário, nenhuma crítica. Só vi que o filme estava emplacado entre os primeiros no Box Office e ouvi dizer que o final revelava um segredo. Um segredo bonito!

Depois de The Blair Witch Project fiquei meio temerosa em ir assistir outro filme de terror. Fiquei fazendo conexões entre o tema do The Sixth Sense (o menino que vê e fala com os mortos) e os sustos pelos quais iria passar dentro do cinema. Mesmo que o medo e o nome do Bruce Willis estivessem pesando negativamente na minha decisão de ir ou não ver o filme, algo me puxava para o cinema. Mas até eu tomar coragem, passaram-se muitos finais de semana. Num deles perguntei ao meu companheiro de telão e pipoca:
-Você quer ir ver uma comédia sobre um adolescente que vai para o college, ou um terror sobre um menino que fala com os mortos?

Ele decidiu pelo adolescente (Outside Providence) e então adiei mais uma vez minha ida ao filme que está quase batendo Star Wars nas bilheterias neste verão.
Finalmente neste último domingo eu vi The Sixth Sense. E me arrependi de não ter ido antes!

Na trama do filme do diretor M. Night Shyamalan, o psiquiatra infantil, Malcolm Crowe (Bruce Willis) tem seu trabalho reconhecido pela prefeitura da sua cidade no mesmo dia que tem um encontro traumático com um de seus ex-pacientes.

Um ano depois ele pega o caso do menino Cole Sear (Haley Joel Osment) que tem as mesmas características do paciente que o acusou de ter falhado em ajudá-lo e espera que ajudando Cole ele possa redimir-se do que considera seu grande fracasso profissional.

Cole age estranhamente, prefere estar isolado, sente-se culpado por coisas que acontecem ao seu redor, vive amedrontado, acha que as pessoas pensam que ele é louco e por causa disso sente-se acuado. Os colegas de escola o chamam de ‘freak’ e ele aceita o que lhe é imposto, refugiando-se no seu pequeno mundo de soldados de plástico e figuras religiosas.

Quando Crowe e Cole se encontram, o psiquiatra torna-se obsessivo na tentativa de ajudar o menino, mesmo vendo sua vida familiar desintegrar-se por causa de suas longas ausências de trabalho. Ja Cole agarra-se na ajuda de Crowe como a única coisa capaz de salvá-lo da sua rotina de pavor e sustos. Ele conta ao psiquiatra o seu segredo: ele vê, ouve e pode falar com pessoas mortas. Estes são almas penadas, mortas em acidentes trágicos, que não sabem que estão mortos ou que tem contas a acertar com o mundo dos vivos. Cole é a conexão deles, só que ele não sabe disso.

A interpretação do canastrão Bruce Willis é surpreendente. No decorrer do filme o seu Dr. Malcolm Crowe passa uma imagem de tristeza e melancolia crescente, sem parecer piegas, sem caras e bocas. E ele faz o suporte perfeito para a grande revelação do filme, que é o menino Haley Joel Osment de apenas 11 anos. É impossivel não se ter empatia pelo sofrimento e desespero do menino assombrado por almas desesperadas.

Outra surpresa de The Sixth Sense é a atriz que faz a mãe proletária de Cole, Toni Collette. Muitos vão se lembrar dela como a ingênua Muriel do filme australiano Muriel’s Wedding. Ela está magra, bonita e carrega soberbamente a responsabilidade de representar a mãe do menino problemático sem cair nos clichês de cenas lacrimosas. Numa cena lindíssima, quando o filho conta pra mãe que recebe visitas da avó, Collete mostra que é atriz pra rebater no mesmo nível interpretações como a do incrível Haley Osment.

Mas a surpresa mais bonita do filme não é o menino, nem a mãe, nem o psiquiatra, mas uma revelação que dará uma virada total na perspectiva da trama do filme. Mas isso eu não posso contar, senão vou ser acusada de quebrar o encanto de um dos filmes mais bonitos do ano! E não quero carregar essa culpa.






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