Smilla's Sense of Snow
Eu liguei a tv no sábado à tarde e fiz um rolê
pelos canais de filmes. No Bravo, vi uma cena
ártica, com uns ruskies, um esquimó pescando
no meio de um mar de gelo.... Um buraquinho,
e lá embaixo na água gelada, uns animais que não
lembro o nome... aqueles gordinhos, que não são
focas, nem leões marinhos....
Bom, o esquimó bem tranqüilão pescava na planície
gelada. Tons de azul variantes são quebrados por uma
bola de fogo vinda do céu, provocando uma onda de
gelo e água, que engolfa os cães e o homem.
A paisagem me provocou um momento de reminiscência
e as imagens me deixaram plantada na frente da tv,
de pé, controle remoto em punho, dedo em cima da
tecla 'channel'. Tive que ver que filme era aquele.
Era Smilla's Sense of Snow, um filme de 1997 dirigido
por um cineasta chamado Bille August. Ele dirigiu o
The House of the Spirits , quem não viu? O filme preferido
da minha irmã, da minha mãe, da minha tia, da minha
prima.... Acho que eu fui a única mulher da família que
não curtiu a estória da Isabel Allende. Bom, voltando
ao Sense of Snow, é um filme lento, meio deprimente,
com uma estória rocambolesca de intriga e crimes relacionados a uma companhia de mineração e uma descoberta
que poderá mudar o destino da humanidade, pra pior, é claro!
Smilla (a lindinha Julia Ormond) é uma Inuit da Groelândia, que mora na Dinamarca. Ela é meio groelândesa, meio dinamarquesa. Pelo que pude perceber na estória, os Inuits da Groelândia tem o mesmo perfil e destino dos Inuits, Creeks e os Méties do Canadá - eles são discriminados e vivem a margem da sociedade. Pelo menos é essa imagem que a Smilla tenta combater. Ela chega em casa, num apartamentinho low income, e vê seu pequeno vizinho, um menino também Inuit de 6 anos, morto na calcada da rua. Ele caiu acidentalmente do prédio. A mãe do menino, sempre bêbada, deixou ele ficar surdo de tantas infecções de ouvido não tratadas. Smilla era a única amiga do menino. Ela vê as pegadas na neve acumulada no teto do edifício e dali deduz que o acidente não foi um acidente. Ela saca tudo de neve, ela nasceu e cresceu na Groelândia...
O outro vizinho é o gostosão Gabriel Byrne, que pra mim
dá de dez no Harrison Ford no quesito rugas charmosas...
Ele tenta conquistar Smilla, que parece estar num regime
de vida normal e sexo por anos. Enquanto isso ajuda também
a Inuit a resolver o intricado mistério que envolve a morte do menino e uma companhia de mineração comandada pelo cara
de mau Richard Harris. Robert Loggia é o pai dinamarquês
da Smilla, que é rico e casado com uma perua insuportável.
Vanessa Redgrave é uma freira que tem as chaves dos segredos das sacanagens da mineradora.
Smilla não descansa enquanto não desvenda tudo e acaba com
a graça do Richard Harris. O filme é pesadão, mas as paisagens são lindas e o Gabriel Byrne me deu minhoquinhas no estomago! Vi o filme dos letreiros iniciais ate os finais - o que é pouco comum para mim, que só vejo filme começado, ou só vejo uma parte de desligo a tv morrendo de tédio. Mas Smilla e sua sensibilidade de esquimó me captou.
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